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🌌 Finitudes Existenciais: Como Encarar os Limites da Vida e Ainda Assim Viver com Sentido?

  • Foto do escritor: Igor Lima - CRP 05/79639
    Igor Lima - CRP 05/79639
  • 11 de jun.
  • 4 min de leitura
mulher triste sentada na cama, com uma nuvem de tempestade sob a sua cabeça

Você já sentiu que o tempo está passando depressa demais? Que certas escolhas não podem mais ser desfeitas? Ou que existe um vazio difícil de nomear, mesmo quando tudo parece estar “em ordem”? Essas sensações não são raras — pelo contrário, fazem parte do que nos torna humanos. Na psicologia existencial, elas são reconhecidas como expressões das finitudes existenciais, ou seja, os limites inevitáveis da vida.


Embora muitas vezes evitadas ou ignoradas, essas finitudes nos acompanham silenciosamente no dia a dia e, quando se tornam conscientes, podem gerar angústia, ansiedade, luto ou crise de sentido. No entanto, também podem abrir caminhos para uma vida mais autêntica, presente e significativa.


Neste artigo, vamos conversar sobre o que são essas finitudes, como elas se manifestam em nossas vidas e de que forma a psicoterapia — especialmente sob o olhar fenomenológico-existencial e da Gestalt-Terapia — pode nos ajudar a atravessá-las.


🧭 O que são finitudes existenciais?

Finitudes existenciais são os limites naturais da existência humana. São aspectos da vida que não podemos evitar, controlar ou estender indefinidamente. A consciência dessas finitudes nos convida a refletir sobre nosso lugar no mundo, sobre o tempo que temos e sobre as escolhas que fazemos.


Algumas das principais finitudes existenciais são:

1. A morte

A mais evidente de todas. Saber que um dia vamos morrer — e que também perderemos pessoas que amamos — pode causar medo, negação ou sofrimento. Mas também pode nos fazer valorizar mais o presente, os vínculos e o tempo de vida que temos.


2. O tempo

O tempo é irreversível. Não podemos voltar atrás, nem adiantar o relógio. Toda escolha é feita no presente e define possibilidades futuras. A consciência de que o tempo passa nos impulsiona a tomar decisões com mais presença e propósito.


3. A liberdade

Ser livre é também ser responsável. Temos liberdade para escolher, mas não podemos escapar das consequências. E toda escolha implica uma perda: ao escolher um caminho, renunciamos aos outros. Isso pode gerar angústia, mas também nos ensina a sermos mais conscientes.


4. A solidão

Mesmo rodeados de pessoas, existem vivências que só nós podemos atravessar. Decisões, dores, autoconhecimento — tudo isso acontece em uma esfera íntima e subjetiva. A solidão existencial é essa percepção de que, no fundo, estamos sozinhos com nossas escolhas e significados.


5. A ausência de sentido dado

Não existe uma resposta universal para o “sentido da vida”. Cada pessoa é chamada a construir, descobrir ou escolher o seu próprio significado. Isso pode ser assustador, mas também é uma chance de viver com mais autenticidade.


😔 Como as finitudes aparecem na vida prática?

Esses temas nem sempre chegam com nomes filosóficos ao consultório. Muitas vezes, aparecem em forma de sintomas e dores comuns na clínica psicológica. Por exemplo:

  • Crises de ansiedade ou pânico diante da ideia de envelhecer, mudar de vida ou perder alguém;

  • Sentimento de estagnação, como se estivesse desperdiçando o tempo ou a própria vida;

  • Angústia diante de decisões importantes, acompanhada de medo de errar ou se arrepender;

  • Tristeza profunda após perdas ou lutos não elaborados;

  • Dificuldade em lidar com a solidão, mesmo estando em relacionamentos ou ambientes sociais;

  • Sensação de vazio, desinteresse pela vida ou crises existenciais sobre propósito e identidade.


A dor provocada por essas experiências não indica fraqueza ou falha, mas sim a necessidade de escuta, acolhimento e elaboração.


🧠 O que a psicoterapia tem a ver com isso?

Na Gestalt-Terapia e na abordagem fenomenológico-existencial, não buscamos respostas prontas. O objetivo é explorar o modo como cada pessoa vive suas próprias questões — suas angústias, seus medos e seus processos de transformação.

A psicoterapia se propõe a ser um espaço de:

  • Escuta sem julgamentos, onde você pode dar voz às suas dores e dúvidas;

  • Consciência do aqui e agora, acolhendo as emoções que emergem em vez de reprimi-las;

  • Elaboração dos lutos e despedidas, compreendendo que nem todo recomeço é imediato, mas todo encerramento pode ser respeitado;

  • Ampliação de perspectivas, para que escolhas possam ser feitas de forma mais consciente e conectada aos seus valores;

  • Resgate de autonomia emocional, ajudando você a encontrar sentido onde antes havia confusão ou vazio.


✨ A potência da finitude: viver com verdade

Falar sobre finitude pode soar desconfortável. Mas e se te disséssemos que reconhecer a finitude é justamente o que nos convida a viver com mais presença?

Afinal, é justamente porque a vida é finita que ela se torna preciosa.

Cada momento, cada relação, cada escolha ganha valor quando percebemos que o tempo não é infinito. Isso não precisa ser motivo de desespero — pode ser um chamado à presença, ao amor, à coragem de viver de acordo com o que é realmente importante para você.


🌱 Um convite à consciência

Na FenomenológicaMente, acreditamos que viver bem não é ignorar os limites, mas aprender a dançar com eles. A psicoterapia é esse espaço seguro onde você pode trazer sua humanidade com tudo o que ela carrega — e, aos poucos, construir formas mais leves, conscientes e verdadeiras de existir.


Se você sente que está vivendo uma dessas finitudes com dor ou confusão, talvez esse seja o momento de pedir apoio. E tudo bem. Você não precisa lidar com isso sozinho(a).



 
 
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